quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ser Putrefacto


Arrasta essa alma voraz pelos escombros.
Infesta esse mundo com o cheiro acre,
Da escrupulência da vontade que te assombra,
Irradia o sabor amargo que escorre agora pela boca...

Caminha até mim, fiel moribundo!
Putrifica a arte que me lava o corpo.
Parte as garras que te rasgam
A pele desnuda e nauseabunda.

A seiva que te limpa o rosto,
É a mesma que te cobre.
És artista sem dono,
Deambulante ser em retorno.

Bebes o sangue pestilento
Das feridas que fazes.
Divagas entre mundos
Delirando por horrores...

Ergue-te criatura disforme
E esvazia o riso que ecoas.
Desliza em percurso sombrio
E procura rasto alheio...



Um comentário:

  1. Os "nossos" monstros que por vezes teimam em chegar e nos abraçam na nossa viagem pelas sombras...

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