domingo, 25 de outubro de 2009

Para dois amigos

Olho agora o céu, com algumas nuvens cinzentas... Já ando deprimida e o tempo está comigo...cinzento... Com algum sol por vezes, como eu...tento não pensar naquilo que me afecta e magoa e tento estar animada...Tento animar as pessoas à minha volta de quem gosto, mas por vezes essas pessoas ao estarem animadas, magoam-me a mim...por gestos, palavras e atitudes inconscientes...Sim atinge-me... Poucas são as coisas que agora me atingem... Mas quando me afectam dessa maneira e intensidade, são dores de uma força assaladora e massiva... Dores que me deprimem e me orpimem... Se quero ser invisível, quero ser no todo, não vísivel de corpo, nem como pessoa...mas apenas sou tratada como invisível, do género como um objecto velho exposto num canto, que outrara fora usado e que já tinha dado o que tinha a dar...e agora nada sou, a não ser algo dispensável, ordinário (comum), nada de especial, insignificante... Sinto-me a cair para o fundo de um buraco negro, a pique...posso cair e fraquejar, mas tento sempre erguer-me e sair desse buraco, por muito ferida que esteja. Sim, são coisas importantes para mim, próximas de mim e especiais para mim...daí magoar-me...Não quero sentir isto, não gosto de o sentir...Mas não tenho culpa, tento evitar sentir tais sentimentos, mas é inevitável...estou fraca, ainda na segunda fase de sarar...ou seja ainda me falta muito para estar recuperada...
As lágrimas contidas nos meus olhos, tímidas e intensas, de tanto se controlarem e esconderem-se, romperam ontem das minhas pálpebras... E lá foi uma e outra,todas acompanhadas, todas elas milhares...O papel não as absorvia, o vento de calor não as secava, a água não as levava...ali continuavam elas a deslizar pelo meu rosto, morrendo algumas na minha boca e outras nas minhas mãos... Nua e em perfeito estado lastimável, pensava e insistia a pensar: Não me és nada! Eu sou forte! Não te quero! Não te amo! Não me és especial!
Bem queria eu acreditar naquilo em que dizia a mim mesma...Mas sabia perfeitamente que estava a mentir a mim mesma...
Esta é a ironia da minha vida, aquilo que não quero e que me faz sofrer é aquilo que mais "como" e tenho... Aquilo que quero, que me preenche e me faz feliz é aquilo que não tenho por muito que deseje e me esforce para ter e "comer".
Tento ser rígida comigo, fria com o meu coração...para sofrer menos...sim custa...também custa ser assim para ti minha luz, entristece-me ser fria e ignorar-te a ti e àquela estrela, magoa ser assim, mas estou a sarar-me, não consigo estar bem junto de vós, ver-vos tão próximos... É algo que me corroe e me destrói. Tentei suportar a dor, mas não estou pronta para a suportar, é mais forte que eu...
Hoje me retirei da minha posição, não é porque quero, mas porque preciso...talvez um dia o percebas, talvez até nunca o percebas... Gostava que percebesses, mas para isso terias que passar pelo mesmo e isso não o desejo a ninguém, nem mesmo aos meus inimigos...
Espero que me perdoes minha luz, porque te acho especial, uma boa pessoa...um equilíbrio e alegria é aquilo que me dás...Agradeço-te por tudo, mas para te dar algo meu, tenho de estar mais forte, tenho de estar pronta para ganhar esta batalha...
Adoro-te luz e amo-te estrela... Mas quero ficar amenésica naquilo que sinto estrelam quero me afastar de ti luz...cegas-me...e estrelas, tu matas-me... Aqui me despeço, voltarei melhor assim o espero e assim quero acreditar...

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