Nestes dias tão cinzentos

Nestes dias tão cinzentos
Sinto-me inútil...invisível...
Tudo eu quero...e tudo eu invejo...
Tantas são as vezes que apodera-se de mim algo...
Algo negro, maligno e tenebroso...
Possuindo-me do fundo do interior...

Se já fui anjo...há muito que me perdi...
Quero saltar mais uma vez...
Recomeçar tudo de novo...mas sou fraca,
sou cobarde...tenho medo...
Inclino-me para o poço da loucura...
Para aquele mundo dos sonhadores perdidos...

Já não há sorriso que perdure...
Já não há olhar que não chore...
Já não há respirar fácil e tranquilo...

De novo aqui me encontro...
No auge da dúvida...
Na cinzenta penumbra que me persegue...

Que cratera esta que explode o meu coração
Dia após dia um pouco de mim morre...
O meu sangue pode circular,
mas lentamente enraivece a ira negra dentro de mim...