Choro a dor de outros que não eu...
Sangro seu sangue...
Saciando minha boca e meu peito
Em vermelho devaneio...
Alimento meus medos...
Encaro as penumbras que me olham...
Parto à eloquência desses confins de mundo...
Junto às dúvidas aquilo que me é mostrado...
Arranco das letras o seu fiel sentido,
Mostro uma vez mais o que antes foi contido...
Solto armas de sentimentos rasgando meus versos...
Liberto-me que nem corvos de jaulas...
Levito para além do disperso...
E nestas palavras que em mim percorrem
Sussurros me incutem a loucura...
E me deixam por fim ao abandono...
E este vazio que aumenta seu tamanho
Dá-me um vislumbre deste abismo
Que me seduz e me assusta...
Sem nexo ou lógica...
Aqui me fico...
Aqui me esqueço...
Este meu lado obscuro que a mim me aguça
A estima da escrita que se esvaia...
(Orquídea Negra)
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